As últimas análises feitas à água da rede que abastece as populações de Valbom e Macedinho (Vila Flor) e Vilares da Vilariça (Alfândega da Fé) indicam que o teor de arsénio desceu para níveis abaixo dos 10 microgramas por litro permitidos por lei.

Os autarcas dos dois municípios falam de valores a rondar os cinco microgramas, salientando que, para tal, terá contribuído o tratamento da água com cloro gasoso e sulfato de alumínio, levado a cabo pela empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Mas estes valores não são suficientes para dissipar o estado de alarme causado com a denúncia pública feita, há duas semanas, por dois professores de química da Escola Secundária de Esposende. Ana Paula Correia estranha mesmo que os baixos valores de arsénio agora registados tenham a ver com o tratamento efectuado, até porque, já no passado, se registaram concentrações baixas, sem se ter recorrido àquelas substâncias.

Estudiosa, há 10 anos, de temáticas relacionadas com o abastecimento público de água, Ana Paula Correia diz que o mais certo é ter havido influência meteorológica. \"Quando chove a água provoca lixiviação (lavagem dos solos), promovendo a concentração de substância contaminadoras nos lençóis freáticos\", salienta, opinando que a ausência de chuva, há mais de dez dias, pode ter contribuído para a redução dos níveis de arsénio.

Apesar de tudo, as duas câmaras querem assegurar-se de que não vão voltar a ter mais problemas de contaminação, pelo menos enquanto não for encontrada a solução definitiva, através de uma barragem. Por isso, contrataram engenheiros químicos que terão como objectivo vigiar a qualidade da água que é fornecida à população. Em Alfândega da Fé até já está ao serviço.

\"Ainda não disse nem direi tão cedo às pessoas para beberem água da torneira\", assegurou o presidente da câmara de Vila Flor, Artur Pimentel. \"Só quando a delegação de saúde me der garantias é que o aconselharei. No caso de Alfândega da Fé, o vereador Arsénio Pereira continuava, ontem, à espera do documento da ATMAD que confirmasse o valor das análises. \"Quando esse documento chegar, garantindo que a água da rede está boa para consumo, será autorizada a sua utilização\", salientou.

O delegado de saúde de Bragança, Vítor Lourenço, considera que este reforço de vigilância \"é útil\", mas reforça que a solução definitiva passa pelo \"abandono do abastecimento de água a partir de furos artesianos\".



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