Os deputados do PS eleitos por Vila Real escreveram uma carta ao ministro das Infraestruturas solicitando uma intervenção urgente sobre a "insegurança" no Túnel do Marão, o aumento de portagens e o fecho de postos dos CTT.

Na carta, também enviada aos órgãos de comunicação social, Ascenso Simões e Francisco Rocha pedem uma intervenção urgente e determinada ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, sobre temas que implicam com a realidade distrital.

Em causa estão questões relacionadas com a "situação de insegurança que se reflete na operação do Túnel do Marão", o "aumento imponderado de portagens" nas autoestradas A4, A24 e A7, que atravessam o distrito, e a política dos CTT, que vai levar ao encerramento da loja da Araucária, na cidade de Vila Real.

No início do texto, os parlamentares lembram ao governante a aprovação do Programa Nacional para a Coesão Territorial. No entanto, consideram que as "opções seguidas nos últimos meses e dias e determinadas pelos serviços", tutelados e acompanhados pelo Ministério do Planeamento, "não correspondem ao espírito, à letra e à mensagem" que o programa promove.

Quanto ao Túnel do Marão, onde ocorreram dois incêndios em viaturas no espaço de dois meses, os deputados consideram que a empresa Infraestruturas de Portugal (IP) "continua a não assumir as suas responsabilidades no âmbito da segurança" da infraestrutura inserida na A4, que liga Amarante a Vila Real.

"Os acidentes que ocorreram não se mostraram fatais por mera sorte, uma vez que os sistemas existentes, no âmbito da proteção e socorro, se mostraram desajustados", referem no documento.

Os socialistas entendem que o ministro Pedro Marques, conjuntamente com o Ministério da Administração Interna e as autarquias, deve "encontrar o modelo adequado de gestão de emergências para esta importante via".

No domingo, o secretário de Estado da Proteção Civil disse já ter recebido as conclusões do inquérito ao incêndio no autocarro, que ocorreu em junho, dentro do túnel, documento que vai analisar e que ajudará a criar um plano de intervenção dentro da infraestrutura.

Dois meses depois, um automóvel ardeu também dentro do túnel. Nos dois casos não se verificaram vítimas e a infraestrutura esteve fechada por diferentes períodos de tempo.

Os deputados mostraram-se ainda indignados quanto ao aumento de portagens, verificado no início do ano.

"Os últimos dias do ano que passou vieram dizer-nos que tudo o que depreendíamos da proposta política do atual Governo e do senhor ministro não era correto e que os territórios do Interior continuavam a ter aumentos dos valores das portagens e a afirmar-se como sendo os campeões desses valores por quilómetro", afirmam na missiva.

Os parlamentares defendem que deve ser "encontrado um equilíbrio territorial que assente em equidade".

Consideram também que não é possível colocar em prática uma campanha de valorização do Interior quando se anuncia o encerramento de postos dos CTT.

Reconhecendo que se trata de uma matéria a desenvolver entre o regulador e a empresa, os deputados consideram, no entanto, que "há outro lado que interessa colocar, o da influência, o da afirmação grave de uma opção junto dos detentores atuais da obrigação pública".

"Ora, senhor ministro, não podem os CTT entender a afirmação do senhor primeiro-ministro, de não ponderação da reversão da concessão, como uma carta de alforria para as atrocidades que foram anunciadas", afirmam na carta.

O documento acrescenta ainda que "é aqui que interessa a política, a arte de transformar os impossíveis em compromissos, o saber, que é basilar na dimensão de Estado mesmo nestes tempos de refundação da governação, que deve irradiar dos eleitos para regência dos interesses coletivos".
Foto: DR



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