Alguns produtores de amendoal afectos à Coopafreixo, em Freixo de Espada à Cinta, apresentaram uma queixa-crime contra a Direcção daquela instituição, acusando-a de pagar dívidas com subsídios do IFAP.

Dizem, na acusação apresentada no Ministério Público, que a cooperativa ficou com os 134 mil euros, de subsídios do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas de apoio ao amendoal, da campanha do ano passado, para pagar dívidas à banca.

\"Este ano, a cooperativa, em vez de distribuir o dinheiro pelos associados, ficou com ele para amortizar dívidas resultantes de uma má gestão\", acusa Manuel Eugénio Afonso, presidente da mesa da Assembleia-Geral da Coopafreixo.

Aquele responsável considera tratar-se de \"um abuso e uma ilegalidade perante os produtores de amêndoa\". Manuel Eugénio Afonso garante ter tido \"várias reuniões com os responsáveis do banco onde foi depositado o dinheiro, no sentido de desbloquear a verba, que não provem das actividades corrente da cooperativa\". Mas sem resultados.

Os associados lesados já reuniram, no sentido de encontrar formas de contornar a situação. \"O que ficou resolvido é que seria feita mais uma tentativa, junto do banco, no sentido de alertar para a incorrecção da decisão de o dinheiro ficar retido sem ser distribuído por quem de direito\", alegou aquele responsável.

Caso não haja uma resposta, os agricultores já anunciaram várias formas de luta, que podem passar por manifestações, exposições sobre a matéria junto do Banco de Portugal, Ministério das Finanças e provedor de Justiça.

Apesar da sua curta existência (10 anos), a Coopafreixo tem sido alvo de muitas críticas de associados, entre elas \"perdas na produção\", \"actos de má gestão\" e \"atitudes de cariz político\". Além de produtores de amêndoa, a Coopafreixo agrega ainda olivicultores. Actualmente, a cooperativa apenas existe como figura jurídica, não tendo activos em seu nome.

Rocha Dias, ex-presidente daquela cooperativa, desmarca-se \"de qualquer acusação\", que \"nada tem ver com o dinheiro em causa\" e que se limitou \"unicamente, a efectuar o depósito do cheque de 134 mil euros na conta da Coopafreixo\". \"O meu mandato terminou em Março e estranhamente não foram marcadas eleições, apesar de ter feito diligências nesse sentido junto do presidente da mesa da assembleia-geral\", alega Rocha Dias.

Porém, segundo o presidente da mesa da Assembleia-Geral, a demissão não foi admitida \"enquanto os problemas não forem todos resolvidos\".



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