O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança, abre a temporada apostando num artista da nova geração, Luís Melo, na exposição «Read my lips - o resto da história«. Em simultâneo, acolhe a nova mostra do acervo de Graça Morais, «A procissão».

Muitas das obras que fazem parte da mostra de Luís Melo, que vai estar patente até 30 de Março, nomeadamente as telas de maior dimensão, são dominadas por rostos depurados, aparentemente padronizados, contidos, como se neles buscasse a perfeição plástica de simetrias e contornos e, paradoxalmente, a inexpressividade.

\"Esta procura da perfeição como ideário levam-no a explorar obsessivamente a temática do rosto, centrada quase sempre na linha do olhar, cuja substância poética é capaz de provocar no espectador uma atitude contemplativa e, até, nostálgica\", explicou, ao \"Jornal de Notícias\", Jorge da Costa, director do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais.

Das suas composições, consta ainda uma grande diversidade de elementos figurativos como tesouras, agulhas, cadeiras, malhas de rede, asas de insectos ou flores, \"que acarretam densas cargas metafóricas\", acrescentou aquele responsável.

Luís Melo é um dos artistas da sua geração cuja obra se afasta das premissas que marcaram a multiplicidade de experimentações formais e conceptuais a que esteve associada a produção artística nacional da década de 90, marcada pela contrariedade face à imagem herdada que foi o \"retorno à pintura\" dos anos 80.

Dono de um traço apurado, Luís Melo procura explorar as inesgotáveis potencialidades da pintura. O seu universo pictórico regula-se por temáticas ambíguas, que resgata, visivelmente, à história, à literatura, à fotografia, ao cinema e, até, à moda.

Por seu lado, a mostra de Graça Morais, que compreende desenho, pintura e fotografia de 1999/2000, também vai estar patente até 30 de Março.



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