No ano de 2011, a população estudantil em Bragança era composta por 7028 alunos, tendo vindo a decrescer até 2016 para os 5430 e, no ano transato, o número atingiu os 3944 alunos, o que representa, no total dos seis anos, uma queda de 44 por cento.

 

Decorreu no Auditório Paulo Quintela a apresentação pública do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) do Município de Bragança.

O PIICIE enquadra-se num plano alargado da região, que expressa uma vontade estratégica em reforçar a atuação junto da comunidade educativa, por forma a alterar a realidade que caracteriza as Terras de Trás-os-Montes ao nível do insucesso e do abandono escolares no ensino obrigatório.

Os nove municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) das Terras de Trás-os-Montes perderam quase oito mil alunos desde o infantário ao secundário no espaço de cinco anos, entre 2011 e 2016, passando a população estudantil dos 23154 para os 14295 alunos. Já entre 2016 e 2017, o universo foi reduzido em quase quatro mil, passando para os 10537 alunos. O que equivale, no total dos seis anos, a uma perda de 54 por cento (%) da população estudantil.

Já em Bragança, os números são bastante semelhantes, registando-se uma queda de 44% nos mesmos seis anos. Assim, em 2011, existiam no concelho 7028 alunos, em 2016, 5430, e em 2017 a população estudantil era de 3944 alunos. “O nosso objetivo é conseguir reduzir em 25% as taxas de retenção e de abandono escolar dos alunos do nosso concelho e, para isso, vamos contar com a atuação de equipas multidisciplinares”, revela o presidente da Câmara Municipal de Bragança, perante uma plateia composta maioritariamente por professores e encarregados de educação.

Reduzir em 25% estas taxas, passando de 7,3% para 6,0% no básico e de 19,3% para 15 por cento no secundário é o propósito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar - PIICIE.

De acordo com Hernâni Dias, o município a que preside irá implementar no concelho dois projetos distintos, o “Bragança Acompanha – Sucesso Escolar” e o “Projeto Piloto – Prevenir para Melhorar Bragança”. Iniciativas que representam um investimento superior a 632 mil euros, integrado num plano global com o valor de 6,3 milhões de euros financiados por fundos europeus do Norte 2020 e promovido pela CIM Terras de Trás-os-Montes que, à semelhança de Bragança, pretende combater, durante os próximos três anos, a retenção e abandono escolares

Este projeto da autarquia brigantina tem como objetivo principal acompanhar, em permanência, as crianças e os alunos que, potencialmente, revelem maiores dificuldades na aprendizagem, comportamentos de risco ou, ainda, quando exista a possibilidade real de abandono escolar. A intervenção incidirá no âmbito da capacitação das crianças e alunos, bem como na capacitação parental, tendo como referência boas práticas nacional e internacionalmente reconhecidas, partilha de experiências e trabalho colaborativo.

 

A CIM Terras de Trás-os-Montes abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Vimioso, Vinhais, Vila Flor, Mogadouro e Miranda do Douro.

 

De sublinhar, ainda, que o PIICIE prevê a implementação, ao longo de 36 meses, de 22 projetos, dos quais sete são transversais aos nove municípios da CIM-TTM e 15 são promovidos a título individual por cada autarquia, sendo que o Plano incidirá sobre um total de 2717 alunos e tem arranque previsto já no início do próximo ano letivo.

Todos os municípios irão criar equipas multidisciplinares compostas por recursos humanos diversos, com particular destaque para sociólogos, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de informática e outros profissionais.

"Nós cada vez temos menos alunos, se tivermos um trabalho redobrado junto desses alunos, que os conhecemos todos pelo nome, temos obrigação de os acompanhar e conseguir que esses jovens tenham um futuro melhor", sustentou o secretário executivo da CIM, adiantando que os processos estão "em fase da contratação dos recursos, quer humanos quer materiais” e que o plano contempla, também, “a dotação das escolas de equipamento, nomeadamente com laboratórios para reforçar a parte pedagógica”.

Apesar de este ser um território que conserva os "piores" indicadores nacionais relativamente à retenção e abandono escolar, Rui Caseiro defende que em algumas situações não se tratará de um verdadeiro abandono escolar, mas de alunos que saem da região com as famílias que emigram e que são dados como desistência, mas continuam os estudos no estrangeiro. No secundário, o responsável acredita que algumas desistências serão casos em que os jovens optaram por outras vias como, por exemplo, pela formação profissional.

Apesar de se destinar até ao secundário, o representante da CIM esclarece que o plano "incide mais nos mais jovens" por se ter constatado que, manifesta, "há níveis de retenção muito elevados no início do primeiro ciclo e nas mudanças de ciclo"

O plano pretende também esclarecer essas dúvidas e contribuir para "alterar a realidade que caracteriza as Terras de Trás-os-Montes ao nível do insucesso e do abandono escolares no ensino obrigatório".

 


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