A construção do IP3 está a deixar preocupada a população de Alvações do Corgo. Os rumores de que se iriam iniciar as obras nos terrenos dos agricultores daquela localidade deixou os moradores alarmados, pois nenhum deles recebeu ainda qualquer indemnização proveniente da expropriação de terras para a construção deste itinerário.

Sem qualquer informação no que toca às obras ou às indemnizações que têm de ser pagas, a população reuniu-se para discutir a forma como irão pressionar o ICOR a pagar as devidas indemnizações.

Perante tal alarmismo por parte da população, o presidente da Junta de Freguesia de Alvações do Corgo, Manuel Liberato, tratou logo de entrar em contacto com o ICOR para obter algumas informações relativas ao pagamento da dita verba. Segundo o autarca, o instituto garantiu-lhe que "esta semana, o mais tardar na próxima", serão pagas algumas destas indemnizações. Uma fonte do ICOR garantiu ao Semanário TRANSMONTANO que algumas das indemnizações já foram pagas e que as restantes ainda não o foram devido a processos litigiosos para a expropriação de terrenos ou pelo facto de algumas pessoas, por enquanto, não terem conseguido provar que determinadas terras lhes pertencem. No entanto, Manuel Liberato desmente tal afirmação, assegurando que nenhum agricultor recebeu ainda qualquer indemnização.

A falta de informação por parte do ICOR é, segundo o Presidente da Junta de Freguesia, o principal responsável por esta desconfiança da população. "Estas pessoas precisam que alguém lhes dê garantias e os informe dos passos que vão sendo dados nos seus terrenos", afirma Manuel Liberato.

Neste momento a população aguarda que o ICOR cumpra aquilo que prometeu ao Presidente da Junta, pagando as respectivas indemnizações. Caso não o faça, os agricultores irão travar a entrada de máquinas nos seus terrenos, impedindo desta forma que as obras prossigam no IP3.

Esta situação veio deixar Manuel Liberato ainda mais "zangado" com a passagem do itinerário por Alvações do Corgo. Não concordando, à partida, com a sua passagem por esta pequena localidade, hoje ainda se sente "menos entusiasmado" com esta obra. "Servem-se da nossa freguesia, que é pobre e pacata, para servir o país e não nos dão nada em troca. Chegou a hora de querermos algo", afirma.

Tratando-se de uma localidade com algumas carências e com poucos recursos, há muitas obras "necessárias", na opinião de Manuel Liberato, que lamenta que, apesar da população ter cedido terras para o IP3, nem sequer tenha direito a um acesso a este itinerário, sendo obrigada, no final da sua construção, "a ir à terra dos outros para circularmos nela".



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