O primeiro encontro de cervejeiros artesanais juntou este sábado, em Fonte de Aldeia (Miranda do Douro), quinze marcas de cervejas artesanais produzidas por seis cervejeiros ibéricos, numa iniciativa que pretende promover a bebida.

\"Só em Portugal, existem seis marcas de cervejas artesanais rotuladas, apesar de haver mais de quinze produtores deste tipo de bebida\", disse à Agência Lusa o presidente do Clube de Colecionismo de Cerveja em Portugal, Rui Valente.

Na opinião do especialista, o que separa uma cerveja artesanal de uma cerveja industrial é a \"ausência total de aditivos\", que lhe confere propriedades \"únicas e especiais\".

\"Uma cerveja produzida pelo método industrial poderá ter um prazo de validade que ronda o ano de vida, enquanto uma cerveja artesanal, poderá chegar aos dois dias de vida devido à ausência de aditivos\", exemplificou o mestre cervejeiro.

No concurso hoje realizado foram admitidas apenas cervejas produzidas pelo método artesanal de diversões estilos, numa iniciativa promovida pela Associação Sartigalhos Palgrinos, sediada na aldeia do concelho de Miranda do Douro.

O método utlizado pelos jurados foi através de uma prova cega que juntou cinco provadores e especialistas em cerveja artesanal.

A cerveja vencedora deste primeiro certame é produzida em Mesa Ocaña, na província espanhola de Castela e dá pelo nome comercial de Yria.

Em segundo lugar ficou uma cerveja artesanal produzida na região do Porto designada de Sovina.

A Associação Sartigalhos Parlegrinos é a primeira entidade a produzir cerveja pelo método artesanal em toda a região transmontana e está rotulada de Sarti.

A bebida é apresentada em quatro variedades e destaca-se uma cerveja feita à base de trigo, outra que tem na cevada o seu principal componente, uma cerveja elaborada com trigo torrado e, a fechar os lotes, uma cerveja mista feita à base de trigo e centeio.

\"A Sarti é uma cerveja 100 por cento natural, sem filtragens nem pasteurização e insere-se como uma mais valia na promoção das cervejas artesanais\", frisou Luís Vareira um dos promotores deste encontro ibérico.

Os responsáveis acreditam que \"as qualidades da água\" do concelho de Miranda do Douro, aliadas ao trigo e cevada poderão fazer com que a bebida tenha sucesso, num mercado que não se pretende \"massificado\".

\"Cada 50 litros de cerveja Sarti levam em média seis horas de produção. No entanto, no mesmo dia, podemos fabricar cerca de 500 litros\", destacou.

A Sarti está a ser engarrafada em embalagens de 33 a 70 centilitros e seu preço poderá ascender três euros cada garrafa de 70 centilitros.

No entanto, os produtores da cerveja trasmontana admitem que ainda não têm capacidade de produção nem autorização para comercializar a cerveja, cingindo-se o seu mercado a eventos regionais e locais numa produção que ronda os dois hectolitros/ano.



PARTILHAR:

Entraram no rio para se refrescarem

Em regime de voluntariado