Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Todos somos poucos

O Instituto Politécnico de Bragança (IPB), anuncia e celebra protocolos com algumas empresas, para no futuro próximo, disponibilizar, “… oferta formativa mais correspondente às necessidades do mercado de trabalho…”. Não percebi na noticia, se o levantamento das necessidades formativas, foram entre reuniões com o tecido empresarial da região, se foi através das Associações Comercias Industriais e Serviços da região e/ou do NERBA. Também poderia ter sido de algum estudo efectuado pelo IPB, ou que dele tivesse conhecimento. Importante é serem mesmo estas necessidades formativas, que estão a faltar aos recursos humanos das empresas, não só às que assinaram os protocolos mas, de uma forma geral, a todas as da região. Seria óptimo, que estas necessidades formativas evidenciadas nas empresas da região, e como é do interesse da região, chegassem ao IEFP, para também este organismo, a um nível mais básico, direccionasse alguns dos seus cursos. Então teríamos duas instituições a complementarem-se, ganhavam os formandos, as empresas, as duas instituições e consequentemente a região.

Independentemente, da fonte das necessidades formativas diagnosticadas, não tenho dúvidas, que ao nível dos empresários e gestores, também foram detectadas algumas dificuldades. Provavelmente em áreas como, Gestão, Marketing, Contabilidade, Finanças, Economia, Gestão de Recursos Humanos, Direito, Informática, Ética, Boa Governação, Responsabilidade Social, entre outras.

No pressuposto de que o diagnóstico está correcto, porque não criar módulos formativos, nestas ou noutras áreas identificadas, com horário compatível e conteúdos programáticos ajustados, para gestores e/ou empresários. Ficávamos com decisores e colaboradores dotados de competências melhoradas e o IPB também ganhava. Todos somos poucos, Empresários, Colaboradores, Instituições, Consumidores, Formadores, unidos e melhor preparados, não tenho dúvidas que vamos ganhar os desafios actuais e futuros da nossa região.

A evolução, no mercado de trabalho não foi e nunca será só para o colaborador. Os decisores também têm de se adaptar e preparar para as mudanças, para os novos conceitos de Gestão, relações laborais, para a internacionalização, entre outras. É-lhe exigido conhecer e dominar os novos desafios, para tal, também eles têm de fazer uma actualização/aprendizagem continua. As empresas podem adquirir o conhecimento por aquisição (sempre caro) e na contratação/formação dos Recursos Humanos (aconselhável). Ninguém tem dúvidas que o IPB detém muito conhecimento, pode e deve contribuir para a sua disseminação, pois este, se não for partilhado e posto ao serviço da comunidade, de pouco serve.

Um dos grandes conflitos organizacionais está nas relações laborais, o colaborador e empregador não falam a mesma linguagem, não sabem cada um qual é o seu papel na organização, sendo que um não substitui nem é mais importante que o outro. O empregador, não tem de ser especialista em todas as matérias, mas tem mínimos que lhe são exigidos, nunca esquecer que o maior património de uma empresa são e serão os Recursos Humanos.

Formação com qualidade, em áreas específicas, com horário laboral compatível, conteúdos programáticos actuais, seria um bom contributo do IPB à região. Ficamos a aguardar.

Baptista Jerónimo


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